Modo onírico de narração e de articulação de imagens: hiperconectividade das linguagens da religião
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Abstract
Este artigo discute textos religiosos complexos que não apenas se distanciam das formas de expressão quotidianas, como também desafiam as abordagens interpretativas acadêmicas. Trata-se de formas ligadas ao mito e às suas formas deslocadas. Para aborda-las adotamos uma expressão de trabalho que permite analisar também expressões visuais: modo onírico de narração e de articulação de imagens. Para analisar esse tipo de texto nos utilizamos de dois conjuntos teóricos. O primeiro é a teoria de sonho de Ernest Hartmann, que considera que o sonho, em especial o sonho-REM, é um tipo de consciência (considerando-se o espectro amplo de consciência) com intensa atividade neuronal, articulado por meio de imagens e guiado por emoções. Ou seja, no sonho são dados contextos imagéticos e narrativos às emoções predominantes dos sujeitos. Como no sonho REM o pensamento é “lateral”, ou seja, hiperconectivo, há maior possibilidade de criação textual. Esse é o tipo de consciência que predomina em místicos e artistas, de acordo com Hartmann. O segundo conceito que utilizamos para entender os textos religiosos densos é o grotesco. O grotesco é um tipo de expressão textual e imagética que articula num todo elementos díspares, contraditórios e excludentes. O grotesco não somente lida com a contradição, como a busca; ele a articula a contradição, mas nunca a resolve. O tipo de expressão de mundo encontrada no modo onírico de narração e articulação de imagens é potencialmente apropriado para a expressão de realidades de sofrimento e alienação. Talvez por isso as religiosidades populares tenham preferência por esse modo de expressão. Ele também aponta para os limites dos sistemas de representação de mundo da cultura.
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