De progresso a evolução espiritual: uma contribuição da codificação espírita para o diálogo inter-religioso. 2018. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
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Resumo
A Doutrina Espírita, codificada na França no século XIX, tem entre seus principais postulados a crença em um Deus único, na imortalidade da alma, na pluralidade dos mundos habitados, na comunicabilidade entre espíritos e na reencarnação. De leves pancadas a mesas girantes, nos salões parisienses, o fenômeno, nos primeiros momentos, era recebido com incredulidade ou frivolidade por aqueles que participavam das reuniões. Até o estudo realizado pelo pedagogo Hippolyte-Léon Denizard Rivail, não se imaginava que tais eventos sofressem ação direta de Espíritos. O professor Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, foi o principal organizador, sistematizador e codificador da Doutrina Espírita. Orientado pelos Espíritos, publicou vários livros sobre o Espiritismo, entre eles O Livro dos Espíritos, que é alvo deste estudo. A codificação espírita surge em um período histórico em que o pensamento filosófico e científico encontravam-se profundamente influenciados por ideais do racionalismo e do positivismo, bem como pelo modelo evolucionista. A palavra evolução, tomada do fascínio que exercia no século XIX, devido à ideia de modernidade, é central para o espiritismo. O objetivo desta investigação está em pesquisar o sentido de evolução apresentado nas obras codificadas por Allan Kardec, em especial, no Livro dos Espíritos, e como esta compreensão pode contribuir para o diálogo inter-religioso. Parte da hipótese que, para a Doutrina Espírita, a evolução é central na vida do ser humano na medida em que possibilita modificações do comportamento humano. Evoluir implica num convite para sair de si para buscar o próximo. O pluralismo religioso desafia as pessoas e as religiões a viver a responsabilidade de entender o outro e suas crenças como um atributo de liberdade e de escolha. Neste horizonte de evolução, o diálogo inter-religioso torna-se princípio essencial para o avanço espiritual. Representa um incremento à nossa habilidade de escutar e compartilhar. O método de abordagem deste estudo foi o hipotético-dedutivo e da pesquisa bibliográfica, por meio da consulta de livros e textos psicografados. Por meio da codificação espírita, em especial, no Livro dos Espíritos, buscar-se-á, no sentido de evolução, um fator que pode favorecer um entendimento das alteridades e de cosmovisões religiosas, abrindo caminhos para variados diálogos. Por fim, pode afirmar que a codificação, por seu conteúdo universalista, pelo processo de regeneração moral do ser humano e de abertura às religiões, pode contribuir, com grandes ganhos, para construções de diálogos inter-religiosos.
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