O necropoder decide quem tem o direito de viver, porque tem valor de mercado, e quem se pode matar ou deixar morrer porque a vida não tem um valor em si mesma, mas só pode ser valorada dentro de um certo jogo de relações em que alguns não podem jogar porque são meros joguetes, simples instrumentos de interesses que muitas vezes nem conseguem compreender.

SAPERE AUDE - ISSN: 2177-6342 - PUC Minas - Belo Horizonte (MG)

Uma parte significativa da história do Ocidente foi edificada sobre cadáveres. Mas como a vida humana associada está alicerçada em crenças e valores, as sociedades sempre encontraram alguma forma de justificativa moral para a barbárie, e isso nos coloca um problema interessante que é a necessidade de pensar que nem toda a violência que experimentamos na história é feita por seres humanos despidos de qualquer senso moral ou movidos por distúrbios de ordem mental. [...] O necropoder decide quem tem o direito de viver, porque tem valor de mercado, e quem se pode matar ou deixar morrer porque a vida não tem um valor em si mesma, mas só pode ser valorada dentro de um certo jogo de relações em que alguns não podem jogar porque são meros joguetes, simples instrumentos de interesses que muitas vezes nem conseguem compreender

Publicado: 02-07-2020

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