Relatos sobre o câncer (ou HIV?):
Reynaldo Gianecchini, entre o testemunho e a confissão
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2022v11n20p19-36Resumo
Em 27 de fevereiro de 2012, ainda em tratamento de um linfoma não-Hodgkin, o ator Reynaldo Gianecchini foi entrevistado pela revista Época e questionado sobre a sua sexualidade e os boatos de que estava doente em decorrência da aids. Nosso objetivo principal é analisar como tais suspeições sobre sua sexualidade fizeram parte daquela entrevista e mostrar como tal desconfiança contribuiu para construção de um nexo causal entre possíveis relacionamentos sexuais com homens e o adoecimento por aids. Entendemos que essa suspeita faz parte do processo de estigmatização da homossexualidade masculina desde a explosão da pandemia de aids nos anos 1980. Esse tipo de questionamento faz parte do dispositivo da sexualidade, que busca regular, classificar e hierarquizar corpos e prazeres. Em termos teórico-metodológicos, fazemos uma análise discursiva foucaultiana no que se refere ao imperativo confessional nas mídias do dispositivo da sexualidade, o qual incita os sujeitos a testemunharem sobre sua vida sexual a fim de revelar, simultaneamente, a verdade sobre o sexo e o seu segredo. Ao final, comparamos essa entrevista com aquela em que ele assume ter tido relacionamentos com homens em 2019.
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