Os Signos da luta antirracista no videoclipe “Junho De 94”

uma análise semiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14n25e35447

Palavras-chave:

Djonga, Antirracismo, Videoclipe, Rap, Semiótica, Comunicação

Resumo

Este artigo inscreve-se no debate sobre a luta antirracista por meio de uma análise semiótica da produção videográfica do rapper Djonga. A partir de Santaella (2005), examina-se o videoclipe da música Junho de 94, destacando oito signos relacionados à temática antirracista. A análise identifica representações de sin-signos, quali-signos e legi-signos, incluindo a forca, os contrastes da desigualdade social nos cenários, a bandeira do Brasil, a subordinação do patriarca negro, a discrepância entre os brinquedos das crianças de ambas as famílias, a atenção legada ao protagonista da narrativa do clipe, a ordem de execução e a presença do banheiro após sua suposta morte. Os resultados apontam para a predominância do uso de signos majoritariamente simbólicos, reforçados pelo contraste visual e pelo enquadramento fotográfico, que direciona o olhar do espectador para elementos-chave da narrativa.

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Biografia do Autor

Alexandre Souza da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atua como videomaker e fotógrafo autônomo, com foco na produção audiovisual para eventos sociais e para pequenos negócios de segmentos diversos. Tem interesse em semiótica e nas interseções entre linguagem audiovisual, narrativa e comunicação visual contemporânea.

Luiza Müller, Universidade Estadual de Mato Grosso

Professora Interina na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Linguagem (FACSAL) da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT). Doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado em Comunicação e Informação e graduação em Jornalismo pela mesma instituição. É pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação - GPESC, com participação no Núcleo de Pesquisa Semiótica Crítica (NPESC) e no Grupo de Pesquisa Agenciamentos da Imagem (GPAGI). Realizou estágio doutoral no LabCom - Laboratório de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior (UBI) de Portugal. É jornalista com experiência em edição, assessoria e planejamento de comunicação. É co-autora do livro "Semiótica Crítica e as materialidades da comunicação" (Ed. UFRGS, 2020). Investiga atravessamentos entre epistemologias da comunicação, semiótica, estudos de gênero e biopolíticas.

Bruno Leites, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do 'Departamento de Comunicação' (DECOM) e do 'Programa de Pós-Graduação em Comunicação' (PPGCOM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordena a linha "Agenciamentos da Imagem" (GPAGI), incluída no grupo de pesquisa 'Semiótica e Culturas da Comunicação' (GPESC) e articulada com a Rede de Pesquisa Teoria de Cineastas. Autor de 'Cinema, Naturalismo, Degradação: Ensaios a partir de filmes brasileiros dos anos 2000' (Ed. Sulina, 2021) e de artigos e capítulos em periódicos e livros nacionais e internacionais.

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Publicado

30-06-2025

Como Citar

SILVA, Alexandre Souza da; MÜLLER, Luiza; LEITES, Bruno. Os Signos da luta antirracista no videoclipe “Junho De 94”: uma análise semiótica. Dispositiva, Belo Horizonte, v. 14, p. e35447, 2025. DOI: 10.5752/P.2237-9967.2025v14n25e35447. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/dispositiva/article/view/35447. Acesso em: 20 ago. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ Dramaturgias em/da cena: artes, corpos e comunicação