Avaliando a diplomacia científica brasileira

o que os estudantes internacionais pensam do Brasil?

Autores

  • Gabriela Gomes Coelho Ferreira Universidade de São Paulo
  • Rodrigo Lyra Universidade de São Paulo
  • Amancio Jorge Silva de Oliveira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2317-773X.2022v10n4p41-54

Palavras-chave:

Diplomacia científica, PEC-PG, PEC-G, Brasil, Bolsas

Resumo

A maioria dos programas de bolsas estudantis vêm de países desenvolvidos. No entanto, mais recentemente, a literatura tem analisado programas internacionais de bolsas em países em desenvolvimento, como é o caso do PEC-PG e do PEC-G do Brasil. Neste artigo, pretendemos responder a uma questão simples, mas importante: como o PEC-PG e o PEC-G têm afetado a percepção de estudantes e pesquisadores internacionais sobre o Brasil? Portanto, o objetivo principal desta pesquisa é verificar o impacto do PEC-PG e do PEC-G (variável independente) na percepção de estudantes estrangeiros (variável dependente). Realizamos uma pesquisa enviando um convite, por e-mail, para 65.493 alunos e professores por meio da plataforma SurveyMonkey. Nosso objetivo é contribuir com a literatura medindo a eficácia desses programas na promoção da imagem do Brasil no exterior. Levando em consideração que os PECs são um programa brasileiro consistente que remonta à década de 1960, esperávamos encontrar opiniões positivas dos estudantes internacionais sobre o Brasil. Opiniões positivas dos alunos e pesquisadores seriam o resultado esperado de uma política de diplomacia científica bem-sucedida. Consideramos que os programas internacionais de bolsas são ferramentas da diplomacia científica, ou seja, formas de exercer o poder por meio da influência na percepção. Nossos resultados, no entanto, mostraram que a maioria dos entrevistados tem uma imagem negativa do Brasil.

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Biografia do Autor

Gabriela Gomes Coelho Ferreira, Universidade de São Paulo

Postdoctoral researcher at the Department of Political Science at the University of São Paulo (DCP-USP). FAPESP Grant n. 2022/00077-2.

Rodrigo Lyra, Universidade de São Paulo

Doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisador do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (CAENI-USP). Possui experiência profissional, pelo Ministério das Relações Exteriores, na área de comércio internacional, com ênfase em defesa comercial e negociações internacionais. Atualmente, é pesquisador nas áreas de Análise de Política Externa e Economia Política Internacional. É membro da International Studies Association (ISA).

Amancio Jorge Silva de Oliveira, Universidade de São Paulo

Full Professor and Deputy Director of the Museu Paulista of the University of São Paulo. He holds a Medical degree (USP), and a doctorate in Political Science from the University of São Paulo (2003). He is the scientific coordinator of the International Negotiations Studies Center (NAP Caeni-IRI). He was deputy director of the International Relations Institute of the University of São Paulo (2014-2017), former Executive Secretary of the Brazilian Association of Political Science (2009-2012). He has experience in the area of Political Science, with emphasis on International Relations, dedicating himself mainly on the following topics: international negotiations, foreign policy and business. CNPq Research Productivity Scholarship.

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Publicado

2023-12-08

Como Citar

Gomes Coelho Ferreira, G., Lyra, R., & Oliveira, A. J. S. de. (2023). Avaliando a diplomacia científica brasileira: o que os estudantes internacionais pensam do Brasil?. Estudos Internacionais: Revista De relações Internacionais Da PUC Minas, 10(4), 41–54. https://doi.org/10.5752/P.2317-773X.2022v10n4p41-54

Edição

Seção

Dossier Ciencia, Tecnología y Relaciones Internacionales desde América Latina